quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

SOBRE VENEZUELA, BOICOTE À POSSE DE BOLSONARO E A ‘LACRAÇÃO



Hoje o PT voltou à pauta dos debates políticos nas redes, rádios e jornais, por causa da decisão da presidenta Gleisi em ir à posse do Presidente Maduro. Razões para reprovar a decisão foram muitas; para aprovar tantas também. Mas sem querer entrar no mérito específico desta questão, proponho aos companheiras e companheiras uma reflexão anterior. No geral, o que eu penso, é que há um exacerbado ativismo político, uma necessidade de opinar sobre tudo e sempre de modo polêmico, buscando “lacrar”, “quebrar a internet”...

E de arroubo em arroubo a gente perde a chance de verdadeiramente mergulhar e fazer (internamente) a tal auto-crítica que tanto nos cobramos - e nos cobram; de reorganizar nossos braços no parlamento, nos movimentos e na academia.

Perdemos, também, a chance de nos reencontrar no mundo, ler o que ocorre na China, Europa, EUA e AL. Perdemos a chance de identificar os tais parceiros estratégicos da suposta Frente Democrática - quem são mesmo? Onde estão? O que temos de plataforma e pauta comuns?

A gente acaba, talvez esse seja o erro mais grave, tratando o Governo Bolsonaro como algo coeso, unitário, monolítico - e não jogamos com suas contradições. Nós, do PT, perdemos a chance de deixar o Governo errar, e em vez de atirar no que é fundamental, gastamos cartucho com as fumaças das cortinas das Damares da vida...

Penso eu que, a falta de análise mais profunda e uma irrefreável vontade de “caçar likes”, não permite ao PT se reconectar com setores da sociedade que não são bolsominions por natureza, mas que cansaram do Ba-Vi, da disputa eleitoral, da guerra - que há quatro décadas o PT é protagonista (não único, mas único sempre presente).

E por vezes a ideia de “lacrar” e falar para os convertidos, dá errado. O não comparecimento à posse de Bolsonaro, e à ida a Caracas, provocou o efeito de unificar a Direita e dividir nossa base. Enfim, acredito que devemos repensar essa forma de atuar.

Era essa minha contribuição. Vamos ao debate. Abs, Éden Valadares.

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