segunda-feira, 19 de setembro de 2016

ESPETACULARIZAÇÃO DA DENÚNCIA

O Blog do Éden reproduz parte de matéria dos Jornalistas Livres, assinada por Vinícius Segalla, sobre as aberrações da denúncia do Ministério Público Federal contra Lula. Para a Rede JL, "não há qualquer valor jurídico na apresentação dos procuradores" por não compor as investigações ou o processo judicial. "Trata-se apenas de ação de comunicação pode servir como prova de dano moral, material, calúnia e difamação", concluem.

Veja a integra da matéria aqui: https://jornalistaslivres.org/2016/09/as-aberracoes-da-denuncia-do-ministerio-publico-federal-contra-lula/ 

Abaixo o trecho que trata de como a estratégia do PowerPoint foi usada (e rejeitada) nos EUA:

ESPETACULARIZAÇÃO DA DENÚNCIA

São inovadores os atentados ao Direito Processual Penal perpetrados pelo MPF nesta denúncia a Lula e em outras da chamada Operação Lava Jato. Mas há experiências anteriores mundo afora.

Veja a imagem abaixo.



Ela foi utilizada por promotores de Washington, nos EUA, para condenar o acusado que aparece no centro do power point.

A promotoria obteve prisão perpétua do réu em primeira instância, mas a decisão foi revertida em corte superior, em virtude de toda a espetacularização por que passou o processo penal graças a ação dos promotores. O power point acima foi destacado na decisão da segunda instância, que criticou o promotor. Afirma a decisão judicial superior norte-americana:

“No purpose could be served by presenting this slide other than to inflame the prejudice and passions. It substantially undermined McKague’s right to a fair trial.”

Em bom português:

“Nenhum motivo pode existir para a apresentação deste slide a não ser inflamar preconceitos e paixões. Ele reduz substancialmente o direito do réu a ter um julgamento justo”.

O juiz de primeira instância Sérgio Moro deverá decidir em futuro próximo se a denúncia dos MPF do Paraná segue os ditames da lei e se tem substância. Que a Justiça não feche os olhos ao Direito.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

2016 É O ENTERRO DO PT. 2018 A MISSA DE SÉTIMO DIA. SERÁ?

Reza a lenda que eleição e mineração, só depois da apuração. Mas quem resiste a dar palpite, a arriscar um pitaco, a fazer uma previsão sobre o resultado das urnas? Eu não resisto. Os articulistas da grande mídia muito menos. E virou ponto pacífico apontar que as eleições municipais de 2016 significarão o sepultamento do Partido dos Trabalhadores; e que 2018, quando serão eleitos governadores e presidente, será a missa de sétimo dia. Não só no cenário nacional, mas também na Bahia.

Mas será assim mesmo?

Bom, este pobre curioso que vos escreve tem mania de buscar na análise dos números, no estudo dos dados estatísticos e na observação do quadro político os elementos para formar opinião e eles, amigos, não são tão catastróficos assim. Senão, vejamos.

Doze entre dez comentaristas políticos usam como principal argumento para a “Tese do Enterro” a percepção de que o PT recuará no total de prefeitos eleitos no estado neste ano. Logo, com menos prefeitos, menos votos para presidente e governador. Pode ter lógica – não farei apologia a derrota nas eleições municipais, longe disso – mas o fato é que os números mostram outra coisa.

Em 2010, o PT tinha 66 prefeitos e prefeitas na Bahia e Jaques Wagner obteve 4,1 milhões de votos para governador; em 2014, os petistas passaram a ter 93 gestores municipais (27 a mais) e Rui Costa obteve 3,5 milhões de votos (600 mil a menos). Com o DEM de Paulo Souto – me perdoem a estranha expressão – ocorreu o mesmo só que ao contrário: em 2010 tinha 43 prefeituras e obteve 1 milhão de votos; quando caiu para apenas 9 prefeituras em 2014, mais do que duplicou seus votos ao Palácio de Ondina (2,4 milhões).

Como disse, os dados, os números, os resultados não validam a tese inicial dos analistas da mídia. Mas, mesmo assim, vamos tentar outra abordagem e pensar sob a lógica da vitória nas eleições municipais.

Por querer ou não, o que foge da visão daqueles que preveem o fim do PT é que nem sempre o número total de prefeituras administradas tem relação direta com número de habitantes que governará. Em bom português: um partido pode ganhar em muitas cidades, mas governar uma quantidade menor de eleitores do que outro.

Aconteceu na Bahia em 2012. O PSD venceu em 70 municípios; o PP em 52. Mas os progressistas passaram a administrar mais cidadãos (1,7 mi) e com uma receita anual (R$ 2,2 bi) maiores do que o PSD. Assim, nem sempre quem vence mais, governa mais. E é o que deve acontecer na Bahia.

Me arriscando no jogo perigoso das midiáticas previsões, avalio que, sim, o PT reduzirá seu número de gestores municipais, mas sem perder influência política ou potencial eleitoral para 2018. E isso derivará, sobretudo, de dois elementos: a capacidade do Governador Rui Costa em manter unificado o campo político de sua base aliada – com o auxílio luxuoso de Wagner, Otto, Leão, Lídice e Marcelo Nilo; e depois porque mais de 50% do eleitorado baiano está concentrado em 35, 40 cidades – e nelas o desempenho desse campo político dá sinais de vitalidade e manutenção de sua força.

Lauro de Freitas, Juazeiro, Porto Seguro, Senhor do Bonfim, Eunápolis, Irecê, Campo Formoso, Valença, Coité, Cruz, Teixeira, Conquista, nesse grupo que podemos chamar de G35 ou G40, a base do PT e seus aliados vai bem, obrigado. Quem duvida e aposta contra, vai novamente cair do cavalo. O jeito de fazer política com respeito aos diferentes, participação e parceria com os aliados, a maneira aberta e democrática de conduzir o estado ao crescimento econômico e desenvolvimento social vieram para ficar. E não é articulista de jornal ou analista de pesquisa que diz isso, não. É o povo baiano que dirá como vem dizendo em 2006, 2008, 2010, 2012, 2014...






quinta-feira, 15 de setembro de 2016

LULA SERÁ UM PRESO POLÍTICO. E DISSO TEMOS PROVAS, NÃO APENAS CONVICÇÕES.



Lula já foi condenado.

Foi condenado quando Moro autorizou aquela absurda condução coercitiva; foi condenado quando o mesmo Moro vazou ilegalmente grampo de uma ligação de Lula com a Presidenta Dilma; foi condenado, várias e repetidas vezes, por edições criminosas do Jornal Nacional; e foi condenado, mais uma vez injustamente condenado, com a midiática coletiva de imprensa do MPF.

Lula voltará a ser um preso político.

O ato-falho de Dallagnol e companhia - “não temos provas cabais, mas temos convicção” – é uma confissão de que Lula, após cumprir prisão política na Ditadura Militar, voltará a essa condição no Brasil pós-Golpe, o Brasil da Lava-Jato e de Michel Temer.

Os termos usados pelos promotores anteontem – coisas do tipo “comandante máximo”, “propinocracia” ou “não dá para Lula dizer que não sabia” – passaram do ponto e obrigaram articulistas, colunistas e golpistas em geral a sair correndo a desmentir ou relativizar as declarações dos procuradores. Mas, insisto, tanto os deslizes dos promotores que se meteram a fazer política, como a tentativa de correção do fato pelas oligarquias de comunicação que fazem política desde sempre, são apenas mais fortes indícios de que Lula já foi condenado e será novamente um preso político.

Disso temos provas, e não apenas convicção.

Daí porque me alio àqueles que defendem que Lula deve mostrar ao país e ao mundo que a denúncia de ontem, bem como a campanha de difamação de sua imagem, tem caráter persecutório, parcial e ilegal.

Está claro que é um golpe contra a democracia brasileira que passou pela queda de Dilma, busca a criminalização ou mesmo a extinção do Partido dos Trabalhadores e a inviabilização da candidatura de Lula em 2018 através da prisão.

Isso deve ser dito nas salas de aulas, nas portas de fábrica, nas praças, ruas e redes, mas também deve ecoar nos corredores da OEA e nos gabinetes da ONU.

Se cassar Dilma através de um impeachment sem crime de responsabilidade foi golpe, o que dizer de prender Lula sem provas, apenas por convicção?


domingo, 11 de setembro de 2016

FORA TEMER JÁ É MAIOR QUE O FORA DILMA



O ilegítimo governo Temer parece não se preocupar muito com a opinião pública. Nem se importa com as manifestações de rua, nem com os protestos nas redes sociais.

No último Sete de Setembro as manifestações contra Temer ocorreram em 25 estados e o golpista foi recebido com vaias em Brasília e no Maracanã. Ante estes atos, soberba e tentativa de desqualificação. Temer disse não passar de 40 vândalos; Padilha, de 18 em 18 mil; e Serra classificou como mini-mini-mini...

No mundo digital, por assim dizer, o Governo Temerário age de maneira parecida e tenta minizar ou ignorar o fato de que a resistência e a reprovação ao presidente usurpador crescem e muito!

De acordo com levantamento inédito da consultoria Bites, desde que Temer tomou posse como interino, em maio, o #foratemer foi utilizado 1,7 milhão de vezes. Para ter uma base comparativa, a hashtag #foradilma foi utilizada 158.230 vezes pelos internautas.

Bom, a agenda proposta ou em implementação pela turma do golpe parece que vai piorar ainda mais a popularidade de Michel nas ruas e nas redes. Reforma da Previdência, Jornada de Trabalho de 12 horas, redução do SUS e programas sociais só tendem a aumentar o #ForaTemer.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

ESPINHA ERETA E CORAÇÃO TRANQUILO



Hoje toda a equipe da Presidenta Eleita Dilma Rousseff, fomos oficialmente desligados. Encerra-se um ciclo de luta, de resistência e também de muito aprendizado. Viver a injustiça contra Dilma, o golpe contra o projeto popular e o ataque a nossa democracia deixa profundas marcas que devem influenciar não só a minha trajetória, mas de toda a nossa geração.

Aos colegas de trabalho - da Casa Civil, do Gabinete, do Planalto e do Alvorada - deixo um forte abraço e a certeza que travamos o bom combate. Aos companheiras e companheiras do PT, PCdoB e movimentos sociais, deixo o registro de que me dediquei o quanto pude nesta batalha. Perdi, mas saio de cabeça erguida. À Presidenta Dilma, dizer que foi uma honra. Ao ministro Wagner, agradecer pela oportunidade e pela amizade.

Aos amigos e amigas, quero dizer que estamos bem e que por enquanto não decidimos nada sobre futuro. Vamos curtir a maternidade/paternidade, aproveitar essa linda fase e brincar de ser feliz! A chegada de Bento é tudo que importa neste momento. Em Brasília ou Salvador, em breve estaremos novamente nas trincheiras ao lado da classe trabalhadora, do movimento democrático, do campo popular. A luta continua e continuará - apenas deu uma pausa para amamentar, ninar, trocar, dar banho... Rsrs...

VIVENDO E APRENDENDO

Hoje aprendemos com governo de Michel Fora Temer que:

- Militares do Exército estão se infiltrando no movimentos de rua;
- O ministro da AGU perdeu seu cargo pois se recusou a ajudar o governo a acabar com a Lava-Jato; e
- O novo Brasil, pacificado e de unidade nacional, em vez de reduzir a jornada de trabalho e gerar mais empregos, quer aumentar a carga horária (pode chegar a 12h no dia) e aumentar o desemprego.

Bem, não foi por falta de aviso, né?

#TáPuxado

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

A LEGITIMIDADE QUE VEM DA RUA, por Felipe Freitas

Na democracia a legitimidade do poder é o resultado das disputas públicas. São os conflitos vividos intensamente no espaço público; são as próprias contradições entre os atores políticos que permitem que um governo democrático seja também um governo legítimo.

Na democracia a legitimidade é sempre conflitiva, instável e polifônica. 

Dilma perdeu a popularidade e perdeu a maioria parlamentar. Mas, segue intocável do ponto de vista moral; não perdeu a legitimidade. Foi vítima de um golpe e não cometeu crime de responsabilidade; é digna, séria, proba e honesta.

Por outro lado, Temer é o golpe.

Não reúne nenhuma base ética e nenhuma legitimidade social. Formou uma maioria parlamentar de ocasião liderada pelo derrotado Aecio Neves e pelo contumaz Eduardo Cunha; rompeu com a ordem constitucional; não tem o amparo popular; não representa um projeto referendado nas urnas e não possui o suporte de um partido ou coalizão com unidade nacional.

Os dois últimos dias nos deram imagens que são sínteses destas duas realidades opostas.

De um lado, Dilma deixou o palácio nos braços do povo, foi saudada como presidente legítima na entrada da aeronave presidencial, saiu de cabeça erguida, manteve o sorriso e a calma de quem sabia que se amparava na legitimidade do poder exercido democraticamente.

A falta de popularidade ou de maioria parlamentar retiraram de Dilma a força no Legislativo para barrar as investidas institucionais ou para aprovar medidas que julgava importantes, contudo, nada disso afeta a legitimidade desta mulher. Até os golpistas sabem que, diante de Dilma estão diante do poder legítimo, e, também por isso, não ousam insultá-la. Foi isso que vimos no plenário do senado federal em seu depoimento memorável

Diante de Dilma escondem-se os covardes; emocionam-se os democratas; reverenciam os legalistas (como fez o oficial militar que prestou-lhe continência na base aérea). Ela preserva a liturgia do cargo.

Temer é o oposto! Foi vaiado nas paraolimpíadas; foi interrompido pelos próprios ministros na primeira reunião oficial; não teve coragem de desfilar em carro aberto no 07 de setembro. Diante do golpista: os pusilânimes conspiram e preparam o golpe dentro do golpe; os covardes se apequenam e assumem as tarefas menores e os dignos reagem e gritam: CANALHAS, GOLPISTAS, CANALHAS!

Porque quando o poder é força e quando a violência é o método só podemos ter o arbítrio como resultado. Para aqueles que acreditam na liberdade fica a resistência como caminho.


Felipe Freitas, 29, doutorando em direito, estado e constituição pela Universidade de Brasília. Foi assessor da secretaria de igualdade racial do governo Dilma.



quarta-feira, 7 de setembro de 2016

LAVA-JATO CHEGA A GEDDEL. DE NOVO.



Matéria de Filipe Coutinho da revista Época afirma que Relatório da PF mostra pressão de Geddel dentro do fundo de investimento da Caixa. "Boca de jacaré para receber, cordeirinho para trabalhar e ainda reclamão."

Adivinha quem colocou Geddel na Caixa de onde ele é acusado de desvios? E adivinha quem também colocou Geddel no ministério e lhe deu foro privilegiado?

Não bastasse a pressão das vaias no Sete de Setembro e no Maracanã; e não fosse suficiente a pressão das ruas no FORA TEMER que cresce a cada dia; Michel ainda tem que lidar com a Lava-Jato que toda envolvido seu próprio nome e dos seus ministros mais próximos...

Eis a matéria:

Acusado de ser o operador financeiro do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o empresário Lúcio Funaro, preso pela Operação Lava Jato, foi flagrado em mensagens de celular acusando Geddel Vieira Lima, um dos ministros mais influentes do governo Michel Temer, de fazer pressão numa operação de R$ 330 milhões no fundo de investimento do FGTS, o FI-FGTS.

Segundo a Polícia Federal, Geddel tinha “preocupação exacerbada” sobre um aporte do banco para o grupo J.Malucelli, no valor de R$ 30,6 milhões, o primeiro de um total de R$ 330 milhões.

Esse é o primeiro indício da atuação de Geddel dentro do FI-FGTS, uma das novas frentes da Lava Jato que faz uma devassa nos aportes multibilionários bancados pela Caixa Econômica. Geddel foi vice-presidente do banco entre 2011 e 2013 e já admitiu publicamente que se encontrava com Funaro, mas disse que eram encontros de cortesia. Funaro, por sua vez, é acusado de ser o operador financeiro dos desvios de dinheiro do FI-FGTS, feudo controlado pelo PMDB (incluindo aí, Cunha) e que envolve megaempresas, como Odebrecht e a Eldorado Celulose, empresa do grupo que controla marcas como JBS e Friboi. Para a PGR, havia pressão política para liberar investimentos para empresas do esquema, em troca de propina.

As mensagens, obtidas por ÉPOCA, constam de perícia realizada pela Polícia Federal no celular de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa e agora delator na Lava Jato. As conversas são de 2012, período que Cleto admitiu à Lava Jato operar dentro do FI-FGTS, a mando de Funaro e Cunha – em troca, ele disse que recebia propina. Geddel e a J.Malucelli não foram citados na delação de Cleto.
Nas mensagens, Cleto e Funaro usavam códigos, de acordo com o Relatório de Análise de Material Apreendido 049/2016. Funaro era “lucky” (sortudo). Cleto era GGeko, uma referência ao ganancioso investidor do filme Wall Street (1987), Gordon Gekko.

“Ele é boca de jacaré para receber e carneirinho para trabalhar e ainda reclamão”, escreveu Funaro numa mensagem de texto a Cleto. Conhecido pelo temperamento explosivo e verborrágico, Funaro diz ainda que tinha “condição total se ele me encher o saco de ir para porrada com ele”. Cleto relata pressão de Geddel:

A conversa entre Cleto e Funaro gira em torno de operação financeira da Caixa em favor da empresa J.Malucelli Energia. Trata-se de um investimento do FI-FGTS no valor de R$ 330 milhões. O primeiro depósito aconteceu em 2012, no valor de R$ 30,6 milhões.

“Ele está louco atrás dessa operação da Malucelli. Já me cobrou umas 30 vezes”, diz Cleto. Funaro, por sua vez, sugere dificultar o negócio. “Segura essa m... Ele quer f... tudo que não participa. É um porco.” No relatório, a PF não esclarece o contexto da conversa sobre as cobranças.

Geddel, além de ser vice-presidente da Caixa indicado por Michel Temer, era também membro do Conselho de Administração da J.Malucelli Energia – o FI-FGTS era sócio no negócio. “Em princípio, trata-se de uma transação típica de negócio da Caixa, porém, analisando-se os diálogos, verifica-se que Geddel demonstrava uma preocupação exacerbada a esse aporte à J.Malucelli, segundo palavras de Fábio Cleto”, diz a PF no relatório.

Para os investigadores, essas mensagens devem basear novas investigações. “Chamou a atenção ainda a comunicação de aporte financeiro de R$ 30,6 milhões que Fábio Cleto recebera da diretora executiva de Fundos da Caixa, sra. Deusdina Pereira, operação de grande interesse, segundo Cleto, do vice-presidente da Caixa, sr. Geddel Vieira Lima, atual ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República do Governo provisório Michel Temer. Os indícios suscitados neste relatório, oportunamente, poderão subsidiar investigações pontuais sobre os fatos apontados.”







EUA DÃO APOIO AO GOLPE. ONDE ESTÁ A NOVIDADE?



Os Estados Unidos da América, através do seu vice-presidente Joe Biden, deram nesta quarta-feira apoio ao Golpe ao afirmar que o Brasil pode continuar a contar com Washington, que aprova o processo de destituição da Presidenta Dilma Rousseff.

Mas qual é a novidade mesmo?

Deixando de lado o histórico de intervenções americanas na América Latina durante os últimos cem anos (se é que é possível), os EUA tiveram uma postura muito pragmática nos últimos meses em relação ao Brasil e, depois da confirmação da destituição de Dilma, o Departamento de Estado concluiu que esta tinha ocorrido “dentro do marco constitucional”.

Biden, que admitiu o impeachment no Brasil como uma das “maiores mudanças políticas” sofridas na região nos últimos tempos, parece estar feliz com a possibilidade de abrir um novo capítulo com um aliado-chave na AL, especialmente depois da morna relação que o Governo Obama teve com Dilma, que foi marcada pela desconfiança gerada pela revelação de que os EUA haviam espionado o telefone da presidente em 2013. Aliás, espionaram o Governo Brasileiro, a Petrobrás e nossas principais empresas, diga-se de passagem.

Por conta desta revelação a Presidenta Dilma Rousseff cancelou uma Visita de Estado que os EUA tinham preparado para o fim daquele ano e só voltou a colocar os pés na Casa Branca quase dois anos depois.

Mas, enfim, o que tem de novo na posição dos EUA?

Os EUA sempre fizeram aberta oposição aos Governos Progressistas ou de Esquerda na América Latina. O ocorrido na Nicarágua, Paraguai e sobretudo na Venezuela já deixavam evidente qual posicionamento o Tio Sam teria por aqui.

Como também não é novidade a hipocrisia norte-americana. Sobre o Brasil, falam em “respeito à Constituição para navegar um momento político e econômico difícil”; já quando se refere à Venezuela, pede a abreviação do mandato de Nicolás Maduro e a realização de referendo antes do fim do ano.

Ou seja, o que vale para um, não vale para outro, e vice-versa.


(Com informações do El Pais Brasil)


TEMER PASSA RECIBO

Presidenta Dilma desfila em carro aberto no Sete de Setembro de 2015

Temer, em suas próprias palavras, era um vice decorativo. No golpe, foi consagrado vice-chefe (nas palavras de Dilma, Eduardo Cunha é o chefe). Agora no Planalto, mais especificamente hoje durante o Sete de Setembro, se assumiu diminuto - palavras minhas.

Não há na literatura política brasileira registro de Presidente que tenha se recusado a usar a Faixa e o Carro Aberto no desfile cívico do Sete de Setembro desde que a tradição foi consagrada. E Temer, homem vaidoso e fortemente apega a liturgias, não abriu mão por ser discrição ou humildade. Pelo visto, a conjuntura política e social deu no ilegítimo um banho frio de realidade.

Michel, ainda na China, fez pouco caso das manifestações Fora Temer o que causou duplo efeito negativo: passou a imagem de soberba e ajudou as mobilizações populares. As declarações do ilegítimo, aliadas a ação da PM de Alckmin, fizeram e farão as manifestações Fora Temer crescer ainda mais.

Pelos recados vazados pela imprensa - vai gostar de vazamento assim lá longe - Michel e sua turma já havia deixado claro que entenderam o recado do PSDB sobre a Reforma da Previdência. Agora, ao se intimidar e abrir mão do Rolls-Royce Silver Wraith, Michel passa o recibo de que as manifestações de rua pelo Fora Temer tem incomodado e que a pecha de Golpista - que dia-a-dia se consolida dentro e fora do país - ainda mais. 



terça-feira, 6 de setembro de 2016

SINAL DOS TEMPOS

O Brasil não é mesmo para amadores.

Não basta ter impeachment sem crime.
Não é suficiente cassar um mandato legitimamente eleito com a desculpa das tais pedaladas e, dois dias depois, legalizar as pedaladas.
Não satisfaz tirar uma mulher honesta sob a desculpa do combate a corrupção e entregar o poder justamente àqueles que são suspeitos (ou comprovadamente) corruptos.

Não, não.

O país tem que assistir o Japonês da Federal, de tornozeleira, conduzir investigados à prisão.

Passa a régua, professor.


E RESISTIR. RESISTIR SEMPRE.



Não esperem de mim o obsequioso silêncio dos covardes. No passado, com as armas, e hoje, com a retórica jurídica, pretendem novamente atentar contra a democracia e contra o Estado do Direito.

Se alguns rasgam o seu passado e negociam as benesses do presente, que respondam perante a sua consciência e perante a história pelos atos que praticam. A mim cabe lamentar pelo que foram e pelo que se tornaram.

E resistir. Resistir sempre. Resistir para acordar as consciências ainda adormecidas para que, juntos, finquemos o pé no terreno que está do lado certo da história, mesmo que o chão trema e ameace de novo nos engolir.

O Blog do Éden publica, ainda que dias depois, o link para aíntegra do histórico discurso da Presidenta Dilma Rousseff ao Senado Federal: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-08/confira-integra-do-discurso-de-dilma-em-julgamento-do-impeachment-no-senado 

FORA TEMER: AGENDA SEMANAL NA BAHIA.



AGENDA DE LUTA "FORA TEMER!" DA FRENTE BRASIL POPULAR

03/09 - Manifestação em frente ao Iguatemi, às 15h.

04/09 - Domingo: Caminhada do Campo Grande ao Farol da Barra. Concentração 15h.

07/09 - Quarta-feira: Grito dos Excluídos e Fora Temer!.
Concentração 9h no Campo Grande.

08/09 - Quinta-feira:  Plenária dos Movimentos Sindicais, Sociais e Populares. SINDAE 18h.

ESSE GOLPE NÃO MARCHA. TRAMITA.

Não tortura para arrancar codinomes, assina delação premiada.
Não aciona o pau-de-arara, conduz coercitivamente.
Não se articula em quartéis, mas em gabinetes.
Não usa coturno, veste paletó, gravata e toga.

Muito bem disse Jandira:

Esse não é um golpe que marcha.
É um golpe que tramita.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

JUÍZA CURTE E SEGUE O GOLPISTA, DIGO, ACM NETO.



A juíza eleitoral Ana Cláudia Mesquita, apontada pelo governador Rui Costa de faltar com isenção nos julgamentos das eleições deste ano, no ano de 2014, durante as eleições presidenciais, compartilhou publicações no Facebook a favor do PSDB e contra o PT.

Um dos compartilhamentos traz a seguinte mensagem: “orgulho de ser nordestino e votar em Aécio – somos todos brasileiros e isso nos une. O PT não vai conseguir nos separar!”.

Outra publicação no perfil da magistrada é uma imagem sobre a corrupção na Petrobras: “Corrupção na Petrobras. A Dilma queria esconder de você”. Ana Cláudia Mesquita também já manifestou apoio ao juiz Sérgio Moro, responsável pelo julgamento dos casos da Operação Lava Jato.

A juíza também atacou o governo do PT em outra publicação, aberta ao público, sobre a aprovação da PEC 40. “Em que governo foi aprovada a PEC 40, q retirou da nossa Constituição o limite de juros de 12% ao ano?...Lembrei!!! Foi no governo do PT! E é esse mesmo partido que diz q baixou juros para os brasileiros poderem comprar! Só rindo muito!”, escreveu.

Além de compartilhar textos de Reinaldo Azevedo contra o PT, Dilma e Lula, advinha quem é o político baiano que a juíza curte e é seguidora? Ele mesmo, ACM Neto.

Pergunta, então, este Blog:

Uma parcela significativa da comunidade internacional, da academia e dos juristas brasileiros, da sociedade civil organizada e da população como um todo avaliam o processo de impeachment da Presidenta Dilma como um Golpe. Essa é uma leitura histórica, sociológica e política - fundamentada na análise científica e baseada no sagrado direito de opinião e na liberdade de expressão.

Se para nós há um golpe e quem o apoiou é golpista, a Constituição não nos assegura o direito de chamar de golpista Temer, Neto ou mesmo a Juíza?
Qual o crime cometido?
Onde uma opinião estritamente política passa a ser crime?

A não ser que sejamos classificados como subversivos... Aí as coisas ficam ainda mais claras...

(Com informações do Bahia Notícias)