terça-feira, 21 de maio de 2019

SOBRE VITORINO, SEABRA, BALBINO, WALDIR, WAGNER E RUI COSTA



O governador Rui Costa foi eleito pelo povo baiano para administrar um Estado burguês, capitalismo de periferia, periferia da periferia, porque no Nordeste.

O governador é obrigado a garantir privilégios de uma elite perdulária, escravista, dona da Bahia, pagando-lhe altos salários, aposentadorias e outras prebendas de cargos que ocupa ou ocupou. Se não fizer isto, não governa. Por muito menos perdeu o cargo a Presidente Dilma.

Entendendo intocáveis os privilégios da plutocracia, o governador vai ter que negociar com os trabalhadores o pouco que ficou nos cofres públicos. E os trabalhadores baianos precisam participar deste processo por três motivos.

O primeiro é que a imensa obra dos governos do PT na Bahia em muito melhorou a vida do nosso povo, nos campos e nas cidades.

O segundo é que os investimentos em Educação, e nas diversas áreas do conhecimento e da produção, que têm feito os nossos governos do PT no Estado abrem caminhos para o futuro, como nunca aconteceu entre nós.

O terceiro é que consolidado, ainda que parcialmente, este projeto petista em curso, teremos uma classe trabalhadora com uma profissão, um trabalho e diversas possibilidades de inclusão social.

Assim, tratar o governo de Rui Costa como inimigo, como “parceiro de Bolsonaro”, é dar um tiro no pé! É empurrar na ribanceira um projeto de modernização e democratização da Bahia, já em curso.

Isto aconteceu de forma dramática nos governos de Manoel Vitorino, Seabra, Balbino e Waldir Pires. Com a imensa diferença de que lá a plutocracia, que nos domina até hoje, deu cabo destes governos, utilizando os métodos mais nefastos possíveis.

E o que vemos hoje, com um sentimento de estupefação e muita incredulidade, é que o atual projeto de modernização da Bahia - muito mais profundo e muito mais abrangente que os anteriores - pode ser derrotado a partir de seus próprios aliados, nós mesmos.

E tudo isto por uma questão paroquial: as demandas de uma greve de professores. Uma greve que tem a sua importância, que precisa ser tratada com a devida seriedade pelos dois lados. O governador é um ex-sindicalista... mas o que se espera que não aconteça são as derivações que transformam o movimento em armas dos nossos inimigos.

A política, afinal, é alguma coisa plausível, desde que não ignoremos os seus caminhos. Ela é também uma ciência, que tem seus métodos, seus postulados.

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Texto do Professor Israel Pinheiro, doutor em Ciência Política pela Universidade do México, aposentado, hoje recolhido à sua terra natal Araci-BA, ensinando a nós todos a grande política.