quarta-feira, 14 de março de 2018

REGISTRAR O ONTEM, OK. MAS PRECISAMOS FALAR SOBRE O AMANHÃ!



Desde o começo do dia venho debatendo no zap da vida a entrevista do governador Rui Costa. Quero registrar aqui também a minha opinião - sem querer ser dono da verdade, disposto a ser convencido do contrário, se for o caso. Mas vamos lá:

Primeiro, é preciso afastar a confusões. Não foi Rui que estabeleceu dicotomia entre impeachment e golpe; foi o jornalista. É claro que o governador reconhece que a Presidenta Dilma sofreu um golpe. Mas se eventualmente ele se referir àquele episódio como impeachment, o que tem de mais? Lula faz isso várias vezes e não vi o patrulhamento ideológico que fizeram agora.

Dito isso, quero registrar: Rui Costa está certo quando diz que nós queremos, sim, os votos/apoio/diálogo com quem apoiou o impeachment.

Nossa “linha de corte”, nossa capacidade de articular forças políticas e dialogar com o eleitorado não pode ser daquele momento do golpe.

É preciso dialogar e deixar a porta aberta para quem esteve nas passeatas do impeachment mas quer voltar; é preciso estar aberto para quem se frustrou ou se arrependeu; precisamos saber dialogar com quem acreditou na aventura do golpe, no conto da carochinha de que era só tirar Dilma e depois tudo melhoraria...

Gente, vamos lá. Naquela época o apoio a Dilma/PT/Lula não chegava a 10%. Muita gente acreditou que tirando a Presidenta tudo melhoraria e hoje se dá conta que tudo piorou.

Rui está certo: nós devemos conversar, dialogar, fazer política (é isso) com quem, por engano ou ilusão, acreditou naquilo.

Não aceitar dialogar com quem caiu na “Lenda do Golpe” é soberba, pretensão, salto-alto. E isso é péssimo para fazer política.

Enfim, a questão posta é: vamos reduzir o debate eleitoral ao dogma “foi golpe ou foi impeachment”? Vamos enfrentar as urnas só de “fora temer, fora suas reformas”? Ou vamos propor agenda, reformas e saídas para o Brasil? É sobre isso que Rui, Wagner e tantos companheiros estão falando.

É preciso apontar para amanhã, e não ficar no ontem.

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