A primeira coisa para se ter em mente é que não dá para
falar sobre Cultura do Estrupo se colocando fora dela, alheio a ela, à parte
dela. Aqui não cabe o que eu chamo de Complexo
de Zé Ramalho: “Vocês que fazem parte dessa massa...”
Sobretudo se você for homem. A cultura do estupro está nos
lares, nas ruas, nas redes, nas revistas, na TV, nos filmes, na linguagem, na
publicidade, nas leis, em todas as esferas da sociedade.
Para a Solidariedade da ONU
Mulheres pela Igualdade de Gênero, Cultura do Estupro é um termo usado para
abordar as maneiras em que a sociedade culpa as vítimas de assédio sexual e
normaliza o comportamento sexual violento dos homens. Em outras palavras,
quando a violência sexual é normalizada, quando ela é naturalizada por meio da
culpabilização da vítima, isso significa que existe uma cultura do estupro.
Convenhamos, é o caso do Brasil.
“Mas ela estava de saia curta”, “mas ela estava indo para
uma festa”, “mas ela não deveria andar sozinha à noite”, “mas ela estava
pedindo”, “mas ela estava provocando” são exemplos de argumentos comumente
usados na cultura do estupro. Negar isso é atentar contra o direito das
mulheres, contra os direitos civis e os direitos humanos. Negar isso é manter as
mulheres sob constante ameaça e, ao fim e ao cabo, estimular a violência que
tem trazido consequências seríssimas para as mulheres em todo o país.
Quando o deputado Marco Feliciano (bate na madeira três
vezes) afirma que não existe Cultura do Estupro, mas sim estupradores, ele
acaba relativizando, normalizando ou até justificando atos criminosos.
Para
saber mais o Movimento ElesPorElas: https://nacoesunidas.org/por-que-falamos-de-cultura-do-estupro/?utm_source=facebook.com&utm_medium=social&utm_campaign=Postcron.com
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