terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

AMADORISMO É UM PRIVILÉGIO QUE SÓ O TORCEDOR PODE USUFRUIR.

Alguns dicionários definem AMADOR como aquele que gosta muito de alguma coisa; amante, apreciador, entusiasta.

Espera-se que um torcedor de futebol seja um amador. E que ele goste de seu clube acima de tudo - inclusive do bom senso, do que é plausível, acima até da razão.

Os mesmos dicionários também definem como AMADOR aquele que entende apenas superficialmente de algum assunto ou atividade.

Da mesma forma, parece natural que não seja exigido do torcedor de futebol o mais absoluto conhecimento das regras, regulamentos e regimentos sobre uma partida, um campeonato ou sobre o próprio esporte.

Por fim, uma outra hipótese encontrada nos glossários para AMADOR é aquele que ainda não domina ou não consegue dominar a atividade a que se dedicou, revelando-se inábil, inexperiente, incompetente etc.

Pois bem.

Por entusiasmo, por impulso incontrolável, no chamado calor da emoção, um amador pode tentar justificar atos violentos e covardes (simbólicos e reais) como aqueles encenados no último Ba-Vi.

Por não saber das regras, das possíveis punições, do quanto isso fere a lógica do desporto, por não entender a repercussão internacional que esse ato traria, um amador pode defender a fuga de campo, como vimos no Barradão.

Por inabilidade, inexperiência ou incompetência, um amador pode imaginar que a ordem para o abandono do jogo não seria percebida pela arbitragem, contestada pela equipe adversária e flagrada pelas câmeras de imprensa; e que insistir na farsa de negar esse ato não aumentaria a reprovação geral sobre sua atitude.

Amadores poderiam tudo isso, pois são torcedores - e torcedores são amadores.
Esse é um direito, um privilégio deles. E só deles.

Que, tão logo, as coisas voltem a ser assim. Pelo bem do futebol baiano.








Um comentário:

  1. Que assim seja, pelo bem daquilo que nos resta, enquanto futebol!
    Excelente texto!

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