terça-feira, 16 de agosto de 2016

SOBRE AS VAIAS. SOB VAIAS. SOBE VAIAS!

Está rolando uma polêmica sobre as vaias da torcida brasileira nestas Olimpíadas. A rede BBC, de Londres, chegou a fazer matéria classificando os diferentes tipos de vaia.

Ontem o debate voltou a tona por conta das reações do francês Renaud Lavillenie após a final do salto com vara - quando perdeu para o brasileiro Thiago Braz da Silva e deixou sua crítica no Instagram.

Ninguém me pediu, é verdade, mas vai aqui minha opinião:

Primeiramente, Fora Temer! É isso mesmo. Talvez a única coisa que me motivaria a vaiar seria o golpista-mor e sua turma. Aliás, como deve ter sido bom ver o Presidente Decorativo tentar fugir, se acovardar e ainda assim tomar uma enorme vaia na abertura...

Em segundo lugar, eu não vaiaria o francês, nem qualquer outro adversário de atleta/time brasileiro para tentar desconcentrar ou atrapalhar sua performance. Sou, por assim dizer, muito fair play. Não faria isso, nem acho que é isso que os torcedores brasileiros fazem. Acho que a maioria vaia porque vaiamos mesmo nossos adversários; é como uma demonstração de anti-apoio, um jeito de gritar "não torcemos por você mas pelo outro"; é o revés do aplauso.

Vaiamos porque somos educados assim, fomos criados assim, vaiando o Sargento Pincel e aplaudindo Didi Mocó; vaiando Pedro de Lara e aplaudindo Sérgio Malandro; como bem disse Nelson Rodrigues, por aqui vaiamos até minuto de silêncio...

Mas, enfim, dito o que mereceria ou não minha vaia, ou ainda os porquês dos brasileiros vaiarem, o fato é que os visitantes, sobretudo os europeus, tem que parar de reclamar e entender que existem outras formas de torcer, outras maneiras de se comportar e reagir aos jogos, outros protocolos, outras etiquetas, outras tradições. Em vez de tentar nos dizer o que podemos ou não fazer, ao invés de buscar nos ensinar boas-maneiras, os visitantes estrangeiros deveriam aprender com nossa alegria, nossa emoção, nosso envolvimento com as disputas.

Torce lá pros seus e deixa que torcemos nós pelos nossos. Cada um faz a sua e a amizade continua. Afinal, como disse o mestre Flávio José: quem é você pra derramar meu munguzá?

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