terça-feira, 9 de agosto de 2016

NO FINAL (desse texto) CONCORDEI COM CUNHA (você também irá)

"Por 59 x 21 votos, o Senado tornou a Presidenta Dilma ré". Essa deve ser a manchete que mais aparece nas nossas timelines hoje.

Pois eu quero discordar dessa manchete e afirmar com todas as letras que trata-se de uma mentira!

A Presidenta não é ré. Ela sequer foi suspeita. Nunca foi investigada. Dilma é culpada. Sempre foi, desde o início, desde antes, desde sempre.

Aceitar as supostas condições de suspeita, investigada ou ré é aceitar a legitimidade deste suposto julgamento. Não houve julgamento. Trata-se de uma fraude jurídica sem precedentes, de uma farsa política sem paralelo na história recente do Brasil.

Esse processo sempre foi uma sentença em busca de um crime. Um golpe à procura de um pretexto.

Desde o famigerado pedido de recontagem de votos feito PSDB nos dias seguintes à eleição, passando pelas ações para cassar a chapa, até o pedido de anular o registro do PT, a verdade é que a "decisão" estava tomada: tirar Dilma da Presidência da República.

Assim pensaram, se articularam e conspiraram setores da oposição partidária, do empresariado, do mercado financeiro, do judiciário e da mídia oligárquica.

Com isso eu quero dizer que o PT não errou? Não. Com isso quero dizer que Lula e Dilma não falharam? Não.

Com isso eu quero dizer exatamente o que estou dizendo: a decisão de tirar Dilma do poder foi tomada muito antes da farsa do julgamento.

E daí se todos pedalaram? E daí se os decretos não são ilegais? E daí se não houve crime de responsabilidade? Estas são desculpas, são pretextos, subterfúgios sem maior importância. O foco é tirar a Presidenta. As razões, os motivos, as justificativas podem vir de qualquer Janaina da vida. Paguem 45 mil e arrumem uma!

Aliás, aos deputados e senadores, é dado o direito, inclusive, de achar a desculpa que melhor convier: pela crise econômica, pela família, pela Petrobrás, pelos filhos, pela falta de apoio, pela esposa, pelas promessas de campanha, por Deus... Por coisa qualquer! Desde que tirem aquela mulher da cadeira!

Por quê?

Porque perderam as últimas quatro eleições; porque suas ideias foram quatro vezes rejeitadas pelo povo; porque não tem - nem nunca tiveram - respeito pela soberania popular e pela Democracia.

E para quê?

Para o achatamento da democracia liberal; para redução do estado de bem-estar; para estreitamento das políticas de assistência e previdência social; para redução dos direitos trabalhistas; para interromper o avanço das conquistas das mulheres, negros, jovens, LGBTs; para que o Estado pare de ajudar pobre e este volte para o seu devido lugar.

Mas, voltando, Dilma não corrompeu, tampouco foi corrompida. Não cometeu crime algum, nem precisava. Sua sentença que vagava pelos corredores à procura de provas já não faz questão alguma de encontrar. Cumpra-se a pena e pronto. Hora de "virar a página, unificar o país e botar ordem e progresso"...

Enquanto isso Temer se cala sobre os 10 milhões, Gilmar promove mais algum churrasco e a cassação de Cunha fica para setembro... Aliás, vou finalizar citando o coisa-ruim do Cunha que, ao votar a favor do golpe, profetizou:

- Que Deus tenha misericórdia do Brasil.

Respondo eu:

- Amém.

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