sexta-feira, 29 de julho de 2016

VAMOS FALAR SOBRE CULTURA DO ESTUPRO?

A primeira coisa para se ter em mente é que não dá para falar sobre Cultura do Estrupo se colocando fora dela, alheio a ela, à parte dela. Aqui não cabe o que eu chamo de Complexo de Zé Ramalho: “Vocês que fazem parte dessa massa...”

Sobretudo se você for homem. A cultura do estupro está nos lares, nas ruas, nas redes, nas revistas, na TV, nos filmes, na linguagem, na publicidade, nas leis, em todas as esferas da sociedade.

Para a Solidariedade da ONU Mulheres pela Igualdade de Gênero, Cultura do Estupro é um termo usado para abordar as maneiras em que a sociedade culpa as vítimas de assédio sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens. Em outras palavras, quando a violência sexual é normalizada, quando ela é naturalizada por meio da culpabilização da vítima, isso significa que existe uma cultura do estupro.

Convenhamos, é o caso do Brasil.

“Mas ela estava de saia curta”, “mas ela estava indo para uma festa”, “mas ela não deveria andar sozinha à noite”, “mas ela estava pedindo”, “mas ela estava provocando” são exemplos de argumentos comumente usados na cultura do estupro. Negar isso é atentar contra o direito das mulheres, contra os direitos civis e os direitos humanos. Negar isso é manter as mulheres sob constante ameaça e, ao fim e ao cabo, estimular a violência que tem trazido consequências seríssimas para as mulheres em todo o país.

Quando o deputado Marco Feliciano (bate na madeira três vezes) afirma que não existe Cultura do Estupro, mas sim estupradores, ele acaba relativizando, normalizando ou até justificando atos criminosos.

O primeiro passo para superação dessa realidade é reconhecer sua existência. Neste sentido, aprendi uma hashtag (que pode ser palavra de ordem também) que ajuda e resumo o conceito do que aqui defendo: #MachistasNãoPassaremos



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